Como Estruturar um Fluxo de Caixa Assertivo e Alinhado com o Orçamento Empresarial
- Daniel Santos
- 25 de fev.
- 4 min de leitura
Toda empresa, independentemente do porte, deve ter um Fluxo de Caixa bem estruturado. Esse fluxo é chamado de Fluxo de Caixa Direto, ou mais conhecido como Fluxo de Caixa de Tesouraria. Ele pode abranger um horizonte de um mês, dois meses ou até um ano, dependendo do nível de maturidade da empresa na gestão financeira. Com o tempo, essa projeção será aprimorada, tornando-se mais precisa e Estratégica.
Vale lembrar que não é a falta de lucro contábil que leva uma empresa à insolvência (a menos que ocorra por períodos consecutivos), mas sim a falta de caixa. A Tesouraria é a guardiã desse Caixa e tem a responsabilidade de projetar um fluxo que antecipe decisões e evite surpresas financeiras.
Nesta matéria, vamos explorar como estruturar um Fluxo de Caixa integrado ao Orçamento Empresarial e à realidade financeira da empresa.

1. O Papel do Orçamento Empresarial
O Orçamento Empresarial tem início com a projeção de faturamento fornecida pela área Comercial. Com base nessa estimativa de vendas, a área de Planejamento e Controle da Produção (PCP) elabora o Planejamento de Suprimentos, analisando a disponibilidade de matéria-prima, insumos e mão de obra direta e indireta.
A partir dessas informações, são calculados os materiais e a mão de obra necessários para atender à demanda projetada. Isso leva à necessidade de um Planejamento de Compras que considere o estoque inicial e o consumo previsto.
A área Fiscal utiliza a projeção de Faturamento e Compras para estimar os impostos indiretos incidentes sobre as operações da empresa, como ICMS, IPI, PIS e COFINS. Outras despesas, como comissões sobre vendas, marketing, despesas com pessoal e despesas administrativas também são incorporadas ao orçamento. A Tesouraria também deve orçar suas Receitas e Despesas Financeiras, incluindo aplicações financeiras, empréstimos, financiamentos e tarifas bancárias.
Com esses dados, a empresa estrutura sua Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) projetada.
2. Integrando o Orçamento ao Fluxo de Caixa
Com o orçamento consolidado, a Tesouraria projeta um Fluxo de Caixa detalhado. A primeira etapa é estruturar as Entradas e Saídas de forma precisa:
Entradas:
Para o curto prazo, considera-se o que já está registrado no sistema, com base nos valores a receber do último mês fechado.
Para períodos futuros, o faturamento projetado deve ser ajustado conforme os prazos médios de recebimento (DSO). Empresas com clientes concentrados devem analisar individualmente seus prazos de pagamento.
Conforme avança os meses, a Tesouraria substitui as projeções pelo que já está registrado no sistema, aumentando a precisão da análise.
A Tesouraria deve projetar os rendimentos das aplicações financeiras com base no caixa disponível no fluxo de caixa projetado, realizando análises de sensibilidade para simular cenários de risco, como variações na taxa CDI.
Saídas:
Para o curto prazo, considera-se o que já foi lançado no sistema até o último mês fechado.
O Planejamento de Compras deve ser detalhado, segmentando os principais fornecedores e aplicando seus prazos reais de pagamento. Para os demais, pode ser usado o prazo médio de pagamento (DPO).
Devem ser contempladas as Despesas Operacionais (energia elétrica, água, gás, telefonia, aluguéis, materiais de escritório, entre outras), Impostos Indiretos, Impostos Diretos e Gastos com Pessoal, incluindo salários, benefícios e encargos trabalhistas.
Os pagamentos de Empréstimos e Financiamentos devem ser lançados com o mesmo critério das receitas financeiras, garantindo previsibilidade.
Os Investimentos (CAPEX) também devem ser incorporados ao Fluxo de Caixa.
Importante: Quanto mais prazos reais forem aplicados no lugar de prazos médios, mais assertiva será a projeção do Fluxo de Caixa.
Para facilitar a análise, recomenda-se dividir o fluxo de caixa em três níveis:
Operacional: contempla as entradas e saídas relacionadas à operação da empresa, como recebimentos de clientes, pagamentos de fornecedores e salários.
Investimentos: inclui aquisições de ativos imobilizados, investimentos em projetos (CAPEX) e aplicações financeiras de longo prazo.
Financiamento: abrange captação e pagamentos de empréstimos, juros, dividendos e aporte de capital.
3. Gestão Contínua do Fluxo de Caixa
A análise do Fluxo de Caixa Projetado deve ser um processo contínuo. A cada novo mês, a Tesouraria deve seguir um ciclo de revisão e aprimoramento, garantindo projeções mais precisas:
O orçamento original deve ser ajustado pelo Forecast do mês, incorporando os dados mais atualizados para tornar as projeções mais realistas.
A Tesouraria revisa e analisa o Forecast e submete as áreas responsáveis para explicarem variações entre o Orçado x Forecast, garantindo confiabilidade no planejamento financeiro.
Após o fechamento do mês, os valores realizados substituem o Forecast, permitindo a análise de desvios e variações.
A Tesouraria submete essas variações às áreas responsáveis para identificar causas e ajustar futuras projeções (Real x Forecast).
Esse ciclo se repete mês a mês, permitindo que a Tesouraria acompanhe de perto as oscilações financeiras da empresa e tome decisões estratégicas com base em dados concretos.
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Conclusão
Estruturar um Fluxo de Caixa assertivo e integrado ao orçamento empresarial é essencial para garantir a saúde financeira da empresa. Com um processo bem estruturado, a Tesouraria assume um papel Estratégico, fornecendo informações precisas para a tomada de decisões e antecipando possíveis dificuldades financeiras.
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